quinta-feira, 5 de novembro de 2009
SEJAMOS PROFECTAS
Ao ler por estes dias o Livro do Profecta Jeremias, peguei na esferográfica e escrevi aquilo que o meu coração sentia:
No capítulo 4 do Livro de Jeremias, o grande homem de Deus que ficou conhecido como o ” Profecta das Lágrimas” devido ao seu coração sensível pelo sofrimento do seu povo, mostra-nos uma das maiores demonstração do amor pelo próximo encontrada no Antigo Testamento.
Ao receber as revelações da parte do Senhor Deus sobre o fim do Reino de Judá, com a destruição da cidade e do templo de Jerusalém e do exílio do povo judeu para Babilónia, o Profecta Jeremias expressa um sentimento de profunda dor pelo destino dos seus compatriotas:
“Ah! Meu coração! Meu coração! Eu me contorço em dores. Oh! As paredes do meu coração! Meu coração se agita! Não posso calar-me, porque ouves, ó minha alma, o som da trombeta, o alarido de guerra. “ (Jeremias 4:19)
Mesmo sabendo que o Juízo Divino que vinha sobre Judá era uma permissão de Deus devido a apostasia e rebeldia do seu povo, ele cumpre fielmente o seu chamado de entregar a mensagem Divina, mas não deixa de demonstrar uma dor forte e um profundo sentimento de tristeza pelo sofrimento alheio.
A dor de Jeremias era a dor de quem ama o próximo como a si mesmo. Era uma dor sincera e verdadeira. Era uma dor que vinha das profundezas do seu emocionado coração.
Era a mesma dor que o Senhor Jesus sentiu ao entrar em Jerusalém:
“E quando chegou perto e viu a cidade, chorou sobre ela, dizendo: Ah! se tu conhecesses, ao menos neste dia, o que te poderia trazer a paz! Mas agora isso está encoberto aos teus olhos.
Porque dias virão sobre ti em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te apertarão de todos os lados, e te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem; e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo da tua visitação.” (Lucas 19:41 -44)
Era uma dor que jamais poderia ser sentida por Leigos ou Religiosos enclausurados nas suas denominações, vivendo uma vida cristã teórica, egoísta e hipócrita.
Era uma dor de quem enxerga além dos interesses pessoais, da acusação, da falta de perdão e dureza de coração.
Ao analisar a situação vivida pelo Profecta Jeremias, fiquei a imaginar sobre a nossa atitude como Igreja de Cristo hoje, em relação a situação da nossa sociedade.
Não, não estamos em iminência de sermos invadidos por outra nação sobre juízo divino como Judá. Porém, hoje estamos vivendo dias muito difíceis em praticamente todas as áreas da nossa sociedade.
As nossas crianças, vítimas indefesas da pedofilia e crueldade de adultos irresponsáveis e perturbados, a corrupção dos políticos e do próprio povo em todas as áreas da sociedade (inclusive a Igreja), famílias desestruturadas com casamentos destruídos, jovens se perdendo nas drogas, violência sem fim… um domínio quase que total em todas as formas de pecados.
E nós como estamos agindo perante toda esta situação? Será que temos gemido, clamado, sofrido e chorado pela degradação dos verdadeiros valores na nossa sociedade? Será que temos dado a cara por esta causa ou temo-nos mascarado com as máscaras da cobardice?
Será que nos temos angustiado a ponto de sentir a dor dos “outros”, assim como Jeremias, em relação aos seus compatriotas?
Ou estamos agindo como “meros religiosos” e já perdemos a sensibilidade dos verdadeiros Profectas do Senhor e não nos importamos com os problemas alheios?
Será que temos perseguido anonimamente, aqueles que muitas vezes nos dizem verdades que doem e mexem com a nossa consciência. Será que como Cristãos e Baptizados não desejamos os mesmos sofrimentos do Profecta Jeremias para aqueles que clamam Justiça, Verdade, Honestidade, Fidelidade, etc.,etc…
Senhor, renova o nosso coração e restaura a nossa capacidade de sentir, assim como o Profecta Jeremias, um amor intenso e verdadeiro que procede de Ti, por todos aqueles que estão no caminho da destruição da nossa sociedade.
E assim possamos profetizar a restauração plena sobre os valores morais e espirituais do nosso povo.
Um Abraço em Cristo
Márcio Peixoto – Irmão Mestre
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